Já está disponível o novo número da revista E-Lyra, O poético e o político, organizada por Burghard Baltrusch, Alethia Alfonso, Cristina Tamames e Alba Cid.
Hoje em dia, a relação entre poética e política reveste-se de múltiplos matizes. Não só devido à sua variação ontológica sobre aquilo que criticam, mas também pelas diferenças geo-históricas e culturais, algumas das quais estão representadas neste número. Superando a concepção de “arte política” qualquer restrição temática ou intencional e considerando outras questões, como a adequação enunciativa, a espacialidade ou a actio a ela vinculada, importa dizer que certamente os matizes da relação poética e política são inumeráveis espectros de cinzento, não um branco ou um negro. Expande-se então a ideia de poética e o trabalho do crítico, perfilando uma consideração geral sobre os modos de ler e investigar poesia hoje, ao mesmo tempo que também se torna mais viável entender obras intermediais, o “que fazer” desde o múltiplo. Nesta linha, será necessário questionar uma vez mais a noção de poesia no nosso tempo, prestando a devida atenção ao seu estatuto multifuncional e instável, e operando depois com noções como “poesia não-lírica”ou com a noção de “espaço público”.
Combinando a criação, a atenção teórico-metodológica com a sua aplicação crítica em estudos de caso, ábrese um número plural, polifónico. A filosofia política, a teoria literária, o comparatismo, a hermenéutica e as práticas artísticas convergem em diferentes corpos, espaços ou textos, relacionando praças públicas, prisões, outridades, oralidade e performance, visões sobre as possibilidades e os efeitos de internet, etc. Acredita-se que esta observação cruzada de práticas e discursos de resistência na actualidade, articulados de modo relacional, permite repensar as correspondências entre poesia e política, diferenciar entre efeitos performativos e eficácia política imediata, ligando tudo isso ao alargamento da concepção do poético. Também este número da eLyra começa com uma secção de textos poéticos inéditos, neste caso ordenados por âmbito sociocultural e linguístico e, dentro deste, de forma alfabética. A secção de estudos começa com uma contextualização teórica e metodológica da relação entre o poético e o político, entre solidão e comunidade na poesia, entre poiesis, aisthesise politeia. Como complemento a esta variedade de abordagens, há ainda um inquérito com quatro perguntas a artistas, poetas e investigadores, para que reflectissem sobre a relação entre o poético e o político no seu trabalho. A última secção, “Política do Olhar”, compila fotografias de intervenções e constelações poético-políticas no espaço público, para mostrar a importância dos sistemas de significação não-verbal na interacção e mediação públicas.
Hoje em dia, a relação entre poética e política reveste-se de múltiplos matizes. Não só devido à sua variação ontológica sobre aquilo que criticam, mas também pelas diferenças geo-históricas e culturais, algumas das quais estão representadas neste número. Superando a concepção de “arte política” qualquer restrição temática ou intencional e considerando outras questões, como a adequação enunciativa, a espacialidade ou a actio a ela vinculada, importa dizer que certamente os matizes da relação poética e política são inumeráveis espectros de cinzento, não um branco ou um negro. Expande-se então a ideia de poética e o trabalho do crítico, perfilando uma consideração geral sobre os modos de ler e investigar poesia hoje, ao mesmo tempo que também se torna mais viável entender obras intermediais, o “que fazer” desde o múltiplo. Nesta linha, será necessário questionar uma vez mais a noção de poesia no nosso tempo, prestando a devida atenção ao seu estatuto multifuncional e instável, e operando depois com noções como “poesia não-lírica”ou com a noção de “espaço público”.
Combinando a criação, a atenção teórico-metodológica com a sua aplicação crítica em estudos de caso, ábrese um número plural, polifónico. A filosofia política, a teoria literária, o comparatismo, a hermenéutica e as práticas artísticas convergem em diferentes corpos, espaços ou textos, relacionando praças públicas, prisões, outridades, oralidade e performance, visões sobre as possibilidades e os efeitos de internet, etc. Acredita-se que esta observação cruzada de práticas e discursos de resistência na actualidade, articulados de modo relacional, permite repensar as correspondências entre poesia e política, diferenciar entre efeitos performativos e eficácia política imediata, ligando tudo isso ao alargamento da concepção do poético. Também este número da eLyra começa com uma secção de textos poéticos inéditos, neste caso ordenados por âmbito sociocultural e linguístico e, dentro deste, de forma alfabética. A secção de estudos começa com uma contextualização teórica e metodológica da relação entre o poético e o político, entre solidão e comunidade na poesia, entre poiesis, aisthesise politeia. Como complemento a esta variedade de abordagens, há ainda um inquérito com quatro perguntas a artistas, poetas e investigadores, para que reflectissem sobre a relação entre o poético e o político no seu trabalho. A última secção, “Política do Olhar”, compila fotografias de intervenções e constelações poético-políticas no espaço público, para mostrar a importância dos sistemas de significação não-verbal na interacção e mediação públicas.
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